Era isto um caminho?
Alguns caminhos são infinitos.
Caminho de volta. Depois de tanto tempo pode dizer-se que finalmente estou no rumo certo. Sim, porque depois de tanto tempo indo na direção contrária é surpreendente, quase ridículo, que ainda esteja procurando recomeçar. Que loucura! Para mim o caminho era um só. No início tudo parece muito simples: partindo-se do ponto A e, seguindo-se as indicações 1, 2 e 3, atinge-se o ponto C. Agora, do ponto de vista de que a existência Dele não é certeza, então caberia aos investidores duvidar; afinal, o Senhor de todas as coisas pode estar em qualquer lugar. Mas isso é irrelevante quando você é encarregado de uma missão. Porque criancinhas são mortas, calamidades acontecem, empresas são levadas à bancarrota e Ele não aparece? Não dá um sinal de vida? Alguma coisa está errada. Sim, se todos os caminhos conduzem ao mesmo destino, então porque até agora não cheguei a lugar nenhum? Acho que cabeças vão rolar. Investidores gostam de resultados. Não posso simplesmente voltar sem respostas. Isso seria o fim do mundo! Onde é que estou errando? Talvez tenha calculado mal o tamanho da empreitada, pouco depois de ter cruzado a primeira ponte? Antes ou após ter levado o derradeiro tombo? Ou será que poderia ter tomado um caminho mais curto ou encurtado o caminho metendo uma bala na cabeça?
(do livro "Perambulando pelo caos" - série - interioridades # 11)
Mostrador
Aqui é assim: chorou, dançou. Não tem desculpa, não tem perdão. Qualquer movimento, por mínimo que seja, é o olho da rua. E nem adianta explicar. Qualquer tipo de explicação seria inútil. Afinal, quantos não gostariam de estar no meu lugar? Quem nasceu não tem jeito, precisa topar qualquer parada. Às vezes, devo confessar, me dá uma vontade louca de estourar com tudo, pedir a conta e procurar outra condição menos estática. Mas pra onde eu iria? Pensando bem, acho que sou uma pessoa de sorte. Quero dizer, até agora nunca me colocaram de quatro, tampouco fui submetido a maus tratos. Ou seja, cortando em miúdos, deixando de lado as dores nas juntas ou os olhares desdenhosos dos passantes, não é um trabalho ruim. Talvez um pouco monótono. Talvez um pouquinho sem graça. Talvez um tanto bizarro. Talvez um tanto parado?
(do livro "Perambulando pelo caos" - série - urbanidades # 11)
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