Rua de Mão Única

"Para os grandes, as obras acabadas têm peso mais leve que aqueles fragmentos nos quais o trabalho se estira através de sua vida" - Walter Benjamin

quarta-feira, outubro 19, 2005

 
Meu reflexo no meu próprio olho - Fabrício Souza

Passo a passo, hora a hora

O balão era vermelho, o sorvete sabor limão. Nada pralém daquele momento. Nada pralém daquela bela tarde. Tal como uma criança num parque, tal como um olhar estrangeiro, tal como uma porta estreita numa parede larga. E se fazia tudo tão real, tudo tão concreto, tudo tão azul como se fosse muito mais do que fora na primeira vez. Mas dali nenhuma grama podia ser levada, tampouco permanecer além do prazo estipulado. E, nada havia que atenuasse o ar sinistro que ali reinava. O balão era vermelho, o sorvete sabor limão, porém jamais a inocência das primeiras horas, muito menos o medo dos primeiros passos.

(do livro "Perambulando pelo caos" - série - infâncias # 4)

Comments:
nossa, que foto linda! completa o sentido do texto perfeitamente. um olhar, que gera suas impressões. o poder do olhar sob forma de texto e foto. demais! um beijooooo!
 
Conto bonito. Pequendo conto, uma grande história
 
Oi Luz!

Belo texto, como sempre.


CC.
 
Sem trocadilho, realmente pensei: gostei de olhar o seu olhar. Sobre a inocência, é a pureza que eu lamento ter perdido. Acho coisa que se recupera. Abraços fortes, valeu as visitas.
 
Caro Luz,
texto limpo, sabor sorvete de limão.
 
gostei do texto. e achei a foto linda.

.
.
.

abraço
edu
 
Caro Claudio, narrativa carregada de simbologias e significados. Aqueles que embarcam num diálogo com a exprência humana deveriam abandonar todos os sonhos de um fim tranquilo - toda felicidade se encontra na própria jornada. Tudo é temporário. Todos os aspectos da vida são afetados quando se vive a cada momento sem que a perspectiva de longo prazo tenha mais sentido. Em sua narrativa, a pessoa precisa de raízes, um estofo, uma história, uma memória para construir sua longa jornada.
 
Interessante sua narrativa. E verdadeira. Tudo é temporário. e nada se leva daqui.
abraços
 
Este conto lembramou-me vagamente um curta metragem-europeu, de algum país do leste que também chama-se "balões vermelhos". A atmosfera é das ruas de Praga, as questões: memórias de uma infância
numa cidade cinzenta e velha. No fundo você fala dessa impossibilidade de transportar os sonhos.....
 
Muito interessante o texto!
" as coisas são como devem ser e nada precisa mudar".."respeitem os prazos.." eta vida besta!!
legal
Abraços e obrigada pela presença carinhosa por lá!!
Dioneide
 
O balão era...O sorvete era...Nada é mais como antes. Lindo Cláudio. Abs!
 
Pois é...
Nem isso é como antes...
Tô bem hoje não...(e vc ta se perguntando: o q eu tenho com isso???)rs
Nada, eu sei, mas quis q ce soubesse...
E eu gosto de sorvete de limão e gosto de balões que fogem das nossas mãos...
Acho q gosto mesmo é de coisa livre...
Bjo!

Ah....Era mesmo o Cazuza(com uma livre adaptação) e o Caetano "falando" junto comigo...
 
Vc tem o dom de transformar coisas simples em pura poesia, parabens...
um abraço
 
a exatidão pode ser bem dura...
 
Poesia que descreve a realidade, o momento, sem tentar explicar, apenas o "ver" é necessário.

Gostei, e gostei muito da foto....
 
meus balões são vermelhos até hoje.
 
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