Rua de Mão Única

"Para os grandes, as obras acabadas têm peso mais leve que aqueles fragmentos nos quais o trabalho se estira através de sua vida" - Walter Benjamin

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

 
Pressão Psicológica - Paulo de Viveiros

Nós

Tô com um nó na garganta. Não dói, mas incomoda. Já fiz de tudo para desatá-lo, até sapo engoli; porém, em nó cego, teimoso e caprichoso a ponta nem sempre é visível. Ora, não sou equilibrista pra viver à mercê desse caroço do caralho. Em determinadas situações incha e quase me sufoca, em outras me deixa na rua como um boi desgarrado. Haja coração pra suportar tanta oscilação. Qualquer dia desse tomo um porre, pego uma faca e arranco o mal pela raiz. Tenho princípios, tenho moral. Sou abestalhado, não. Comigo é assim: ou sai de baixo ou rodo a saia.

(do livro "Perambulando pelo caos" - série - interioridades # 13)

Comments:
Me identifiquei com esse post.
Muitas vezes sinto um nó na garganta, assim desse jeito que descreveu
 
Claudio,certo?
bm,com educação...
achei teu blog atraves do cartasintimas.blog....
enfim,
seu jeito "brutal" nesse post..foi tudo!rs...
dsclp perguntar...esses olhos tristes na foto ao lado,são seus???

bjs*e queria te linkar,algum problema?
 
,ouse roer o nó talvez surta efeitos. inesperados. se vc está o coração em a mão. saia de baixo e rodopie.

[abraços meus]
 
Um míssil, como tantos outros excelentes que vc solta dessa plataforma aqui. Só que esse de tão real parece aquele glimpse que volta e meia nos dá em plena rua, em casa, ou até mesmo bebendo. Bebendo? é. bebendo.
abçs
Ilidio
 
Por nós. Que rode então! Bjos.
 
Como os outros que li, um texto de impacto. Forte e estonteante como um desses choques que levamos quando, por descuido, enconstamos nalgum fio descascado. Cara, tem um post novo no meu. Confere lá!
 
Porra, eu sinto este nó estes dias.
Ai ai
bj laura
 
Meu caro Cláudio Eugênio, obrigadão pela visita no olharpanoramico. Não sumi do outro blog não (se foi isso que você me perguntou), tô preparando uns poemas pra publicação, devagarinho, com cuidado, revisando uns versos, e claro,tô cheio de afazeres no dia-a-dia...
Quanto ao portal de curtas, é muito bom. Passo sempre por lá.
Grande abraço!
 
"Tenho medo então de mim que sei pintar o horror, eu, bicho de cavernas ecoantes que sou, e sufoco porque sou palavra e também o seu eco"(Clarice Lispector)
este sufoco...este sufoco...
um beijo
 
meu nó fizeram com força.
e eu não acho as pontas.

.
.
.

abraço
edu
 
Hoje é a primeira visita que faço a este simpático blog e, que coincidência, bem no dia em que sinto um aperto enorme na garganta... que arde e dói muito. Mas que, ao contrário deste do "Nós", não tem nada de metafórico, e é orgânico demais.
Parabéns pelos escritos.
E até mais ver!
 
Estes nós se não os desatamos, destroem-nos. Assim devemos proceder, com faca ou facão, delírio e vontade. Abençoado seja este poder.

Caudio, Claudio...

abrçs.
 
Alô, Cláudio, o segundo capítulo de O Homem do Farol já está disponível. Confere lá!
 
Esse nós na garganta se desata.
Uma hora ou outra.
O que importa é não demorar muito.
Faz a gente morrer sufocado, de enfarto ou aneurisma...
Tanto é a pressão que ele exerce.
Então...eu aprendi...com a explosão da pressão sanguínea que quando ele não sai, a gente coloca o dedo na garganta conta até 10 e vomita as palavras...
Um beijo querido.
No coração.
 
olá!
 
"Nós" em nós. Pena que arrancar à faca nem sempre solucuiona a raiz do problema, às vezes parece mais complicado que isso. Adorei esse texto, especialmente. Um beijo.
 
uma facada, o teu texto, Cláudio, sem trocadilho, rs. Mais um otimo exemplar da tua lavra.,

Saudaçõers
 
simples cotidiano e agonizante?!
 
e eu costumo dizer que eu ja saio de casa com saia rodada!

:D

abração!
 
hehe, coragem e ironia, gostei.
abraços
rubens
 
Querido, todos os seus pontos tem nó...rsrsr... Digo em seu texto, vários significados...beijos de mim
 
"Ou sai de baixo ou rodo a saia", adorei, mas não te arranque o coração, ele é precioso...
 
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