Rua de Mão Única

"Para os grandes, as obras acabadas têm peso mais leve que aqueles fragmentos nos quais o trabalho se estira através de sua vida" - Walter Benjamin

terça-feira, fevereiro 28, 2006

 
La divina familia - ?

Vacas magras não dão crias

Ao cair da tarde o pai vinha substituir o filho. Este, antes de ir embora, sempre lhe perguntava Quando eles vêm? Sem muita convicção, o pai respondia Um dia. Durante as manhãs o filho acompanhava a mãe para apanhar gravetos, raízes e grãos. Entre uma raiz e outra o menino sempre lhe perguntava Quando eles vêm? Sem rodeios nem titubeios, a mãe respondia Nunca! Sem grandes espantos, o menino olhava pra mãe, praquele fim de mundo e, após alguns segundos, remendava outra pergunta Por que eles nunca vêm?

(do livro "Perambulando pelo caos"-série interioridades # 14)


Comments:
as infâncias perdidas... eu sempre fui de acreditar no talvez... uma esperança infantil, inovente, menina... até hpje ainda tenho dificuldade pra encarar o nunca... uma dificuldade doída que faz com que eu me sinta me despedindo gradativamente de pédacinhos do que eu sempre fui...
reconstruir-me na construção de janelas que encaram o nunca, talvez como uma possibilidade do novo... ou não.
viajei né...sorry
beijos muitos que há
 
Somos seres repletos de indagações e não haverá resposta suficiente, mesmo que seja um nunca.
Beijos e parabéns,
Ana
 
Crianças não desistem fácil das perguntas, ao contrário da gente.
abraços
Fabrício
 
Muito bom!
 
A eterna dúvida. Sempre algo perdido ou muito esperado. Fazemos sempre estas perguntas que não calam, mas ainda assim prefiro as incertezas que a completa falta de possibilidades, taxativamente falando. Cláudio, onde compro o livro? Sucesso, meu caro!

Abçs
 
Olá. Hoje continuei minha peregrinação pelo seu histórico. Comecei com E.A.P (04/09/05) e fui até Cuide-se (01/10/05). Não demora, leio tudo. Ah, quanto ao post de hoje: uma possível resposta talvez seja a de que fim de mundo não é mesmo pra qualquer um. 1 abraço
 
mundo árido. mundo de vozes miúdas e sonhos raquíticos. dentro da gente, o que resta de nós?
muito, muito bom!
 
Eu não acredito no nunca. Meu caro, quero te ler. Como faço para comprar o livro? Beijo.
 
Nunca é tempo demais, há falta de conformismo nas perguntas infantis...beijos de mim
 
Muito bom, vou ler os anteriores, não vim uns dias, o anterior já li, ótimo tbm, forte. parabéns rapaz. bj laura
 
cláudio, vc pode me dar seu email? queria te fazer uma pergunta. abs, laura laura.4@terra.com.br
 
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as reticentes incertezas das esperas, sempre transforma dias "umdia/nunca", eu uma adoravel jujuba de interrogaçao. do tipo que nao se sabe a cor.

abraço moço.
 
Um dia e nunca são exatamente a mesma coisa. O que importa é o diálogo. A pergunta "por que eles nunca vêm" poderia ser feita ao pai também.
 
prefiro ver nas respostas a esperança dividida...


um beijo no coração
 
O dogma, ao invés de calar, só leva à (re)formulação de novas perguntas.
 
Assisti ao filme ao qual te referes: De tanto bater meu coração parou...Há um mês...Rapaz! Quantos comentários...Obrigado sempre.

Suas "vacas magras" me lembrou um espetáculo que assisti com Rubens Corrêa...chamava O Futuro dura muito tempo
 
Muito bom, obrigado pelas visitas. Onde vc achou esta imagem, excelente complementação ao texto que é de uma ironia cortante.
navalhado, agradeço
rubens
 
Muito bom, obrigado pelas visitas. Onde vc achou esta imagem, excelente complementação ao texto que é de uma ironia cortante.
navalhado, agradeço
rubens
 
Amo o tom de escárnio que usa em seu texto, ironico. Gosto do seu estilo.
 
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